quarta-feira, 3 de abril de 2013


Para análise dos filmes assistidos no SESC de Ceilândia.
Segundos anos.

Consumo. Será que podemos ficar sem ele? O que leva o ser humano a comprar, consumir, gastar, experimentar? Para responder essa e outras perguntas precisamos fazer uma viagem no tempo e chegar ao primeiro modo de produção da história humana: O modo de produção primitivo. Pois bem, em tal modo de produção os seres humanos não competiam pelas melhores roupas, melhor aparência, status e não havia a televisão, tudo era coletivo e as atividades eram executadas para o bem comum. 
Com a descoberta da propriedade privada, o primeiro ser humano cercou um terreno e disse que era seu e o perdedor e considerado por ele mais fraco a partir daí seria seu escravo, dando origem a outro modo de produção, o modo de produção escravista, onde os bens e instrumentos de produção eram do dono do escravo, que trabalharia até a morte. 
No modo de produção feudal as relações entre os possuidores dos meios de produção e de seus trabalhadores não mudou muito. Sai a escravidão e entra a servidão. O trabalhador era preso à terra, um dos instrumentos de produção da Idade Média, eram cobrados impostos pelo uso da terra e dos instrumentos usados. O trabalhador já não era mais açoitado e assassinado pelo seu senhor. Foram mil anos de modo de produção feudal tendo o fim em meados do século , XV dando lugar ao capitalismo, que começou tímido, com as navegações, algumas feiras na Itália, as manufaturas, o mercantilismo, a acumulação primitiva de capital até o seu ápice: a Revolução Industrial, tendo como pioneira a Inglaterra. Tal país possuía recursos naturais em abundância, o que possibilitou sair na frente. Isso tudo fez com que as pessoas largassem o campo e abarrotassem as cidades à procura de emprego, o que acabou gerando uma grande marginalidade, pois as cidades como Inglaterra e Paris não possuíam estrutura para tanta gente e tantas mudanças bruscas. Até então, não havia a hegemonia dos EUA.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os EUA participaram apenas para obter lucros da França, Reino Unido e Império Russo. Ficaram neutros até a Segunda Guerra (1939-1945), quando ao final saíram vitoriosos ajudando a arrasar o Japão e a Alemanha. No final da década de 50, os EUA promovem um verdadeiro “boom” do consumo, símbolo da modernidade, o culto pelo lucro alto a qualquer custo, fazendo as pessoas trabalharem mais para comprarem mais, tendo nos meios de comunicação um alicerce para isso tudo. O sonho de toda dona-de-casa era ter uma máquina de lavar roupa. E o consumismo não parou mais de fazer parte dos lares americanos. Era o chamado “American Way of Life”, que atingiu o mundo todo e persiste nos dias atuais.
Curtas como “Meow” e “A terra a gastar” mostram de forma bem lúdica essa questão tão séria nas sociedades ocidentais. Em “Meow”, podemos perceber a ideologia da classe dominante, conhecida como burguesia alienando e deturpando tarefas do dia-a-dia como se alimentar de forma adequada. O gato do curta pode representar bem a sociedade quando somos obrigados a nos enquadrar no sistema, desempenhar papéis já escritos para nós, como nos tornar consumistas, a lógica do trabalhar e comprar, mais nada. A propaganda, a mídia, os meios de comunicação desempenham bem o papel de tornar a sociedade cada dia mais consumista e consequentemente, alienada. Isso é mostrado no curta “A terra a gastar”. É um curta para crianças com uma temática de gente grande, pois mostra que os grandes problemas relacionados ao consumo desenfreado é culpa do próprio homem, que prejudica o meio ambiente e suas relações com outras pessoas.
Mas o que fazer? Em “A sabotagem da moqueca real”, um jovem funcionário de uma rede de televisão cansado da falta de conteúdo, do consumismo, da alienação de cada dia, resolve criar um filme denunciando as mazelas do capitalismo na sociedade, a falsa felicidade que ele proporciona. É tido como louco, pois disse não ao sistema, ao pronto e acabado da burguesia. Ele também poderia ter feito uma greve, como fez o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva em “O ABC da greve”.  Lula liderou uma greve no ABC paulista no final do período militar com a participação de 150 mil metalúrgicos que queriam melhores condições de salários. Essa greve durou mais de um mês mostrando na prática o que Karl Marx analisou lá atrás, no século 19: mais-valia e luta de classes, tão atual na sociedade, mas que o capitalismo mascara com a alienação e o consumismo nosso de cada dia.

Questões
1)     O que entendeu do curta “Meow”? É possível perceber o que ocorre com o gato no seu dia-a-dia? Mostre.
2)     Descreva o que acontece no curta “A terra a gastar”. Por que o ser humano consome até o que não precisa?  Há alternativas para o consumismo? O que podemos fazer para salvar nosso planeta dos riscos do consumo desenfreado?
3)     O que achou da atitude do rapaz em “A sabotagem da moqueca real”?  Ele também era alienado pelo sistema capitalista? Explique.
4)     Explique as teorias de capitalismo, mais-valia, lucro e luta de classes no filme “O ABC da greve” e depois mostre o que entende por greve.




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