Para análise dos filmes assistidos no SESC de Ceilândia.
Segundos anos.
Consumo. Será que
podemos ficar sem ele? O que leva o ser humano a comprar, consumir, gastar,
experimentar? Para responder essa e outras perguntas precisamos fazer uma
viagem no tempo e chegar ao primeiro modo de produção da história humana: O
modo de produção primitivo. Pois bem, em tal modo de produção os seres humanos
não competiam pelas melhores roupas, melhor aparência, status e não havia a
televisão, tudo era coletivo e as atividades eram executadas para o bem
comum.
Com a descoberta da
propriedade privada, o primeiro ser humano cercou um terreno e disse que era
seu e o perdedor e considerado por ele mais fraco a partir daí seria seu
escravo, dando origem a outro modo de produção, o modo de produção escravista,
onde os bens e instrumentos de produção eram do dono do escravo, que
trabalharia até a morte.
No modo de produção
feudal as relações entre os possuidores dos meios de produção e de seus
trabalhadores não mudou muito. Sai a escravidão e entra a servidão. O
trabalhador era preso à terra, um dos instrumentos de produção da Idade Média,
eram cobrados impostos pelo uso da terra e dos instrumentos usados. O
trabalhador já não era mais açoitado e assassinado pelo seu senhor. Foram mil
anos de modo de produção feudal tendo o fim em meados do século , XV dando lugar
ao capitalismo, que começou tímido, com as navegações, algumas feiras na
Itália, as manufaturas, o mercantilismo, a acumulação primitiva de capital até
o seu ápice: a Revolução Industrial, tendo como pioneira a Inglaterra. Tal país
possuía recursos naturais em abundância, o que possibilitou sair na frente.
Isso tudo fez com que as pessoas largassem o campo e abarrotassem as cidades à
procura de emprego, o que acabou gerando uma grande marginalidade, pois as
cidades como Inglaterra e Paris não possuíam estrutura para tanta gente e
tantas mudanças bruscas. Até então, não havia a hegemonia dos EUA.
Na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), os EUA participaram apenas para obter lucros da França,
Reino Unido e Império Russo. Ficaram neutros até a Segunda Guerra (1939-1945),
quando ao final saíram vitoriosos ajudando a arrasar o Japão e a Alemanha. No
final da década de 50, os EUA promovem um verdadeiro “boom” do consumo, símbolo
da modernidade, o culto pelo lucro alto a qualquer custo, fazendo as pessoas
trabalharem mais para comprarem mais, tendo nos meios de comunicação um
alicerce para isso tudo. O sonho de toda dona-de-casa era ter uma máquina de
lavar roupa. E o consumismo não parou mais de fazer parte dos lares americanos.
Era o chamado “American Way of Life”, que atingiu o mundo todo e persiste nos
dias atuais.
Curtas como “Meow” e
“A terra a gastar” mostram de forma bem lúdica essa questão tão séria nas
sociedades ocidentais. Em “Meow”, podemos perceber a ideologia da classe
dominante, conhecida como burguesia alienando e deturpando tarefas do dia-a-dia
como se alimentar de forma adequada. O gato do curta pode representar bem a
sociedade quando somos obrigados a nos enquadrar no sistema, desempenhar papéis
já escritos para nós, como nos tornar consumistas, a lógica do trabalhar e
comprar, mais nada. A propaganda, a mídia, os meios de comunicação desempenham
bem o papel de tornar a sociedade cada dia mais consumista e consequentemente,
alienada. Isso é mostrado no curta “A terra a gastar”. É um curta para crianças
com uma temática de gente grande, pois mostra que os grandes problemas
relacionados ao consumo desenfreado é culpa do próprio homem, que prejudica o
meio ambiente e suas relações com outras pessoas.
Mas o que fazer? Em
“A sabotagem da moqueca real”, um jovem funcionário de uma rede de televisão
cansado da falta de conteúdo, do consumismo, da alienação de cada dia, resolve
criar um filme denunciando as mazelas do capitalismo na sociedade, a falsa
felicidade que ele proporciona. É tido como louco, pois disse não ao sistema,
ao pronto e acabado da burguesia. Ele também poderia ter feito uma greve, como
fez o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva em “O ABC da greve”. Lula liderou uma greve no ABC paulista no
final do período militar com a participação de 150 mil metalúrgicos que queriam
melhores condições de salários. Essa greve durou mais de um mês mostrando na
prática o que Karl Marx analisou lá atrás, no século 19: mais-valia e luta de
classes, tão atual na sociedade, mas que o capitalismo mascara com a alienação
e o consumismo nosso de cada dia.
Questões
1)
O
que entendeu do curta “Meow”? É possível perceber o que ocorre com o gato no
seu dia-a-dia? Mostre.
2)
Descreva
o que acontece no curta “A terra a gastar”. Por que o ser humano consome até o
que não precisa? Há alternativas para o
consumismo? O que podemos fazer para salvar nosso planeta dos riscos do consumo
desenfreado?
3)
O
que achou da atitude do rapaz em “A sabotagem da moqueca real”? Ele também era alienado pelo sistema capitalista?
Explique.
4)
Explique
as teorias de capitalismo, mais-valia, lucro e luta de classes no filme “O ABC
da greve” e depois mostre o que entende por greve.
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